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Mostrando postagens de setembro, 2010

[179] Não sabemos se somos patéticos, mas não por isso o seríamos também

Colocando em perspectiva. Se não é possível que alcancemos qualquer verdade, então objetivamente não faz sentido buscarmos quaisquer verdades. Uma vida em busca de verdades seria, assim, patética e absurda. Como, porém, não faz sentido dizer que poderíamos saber esta verdade sem cair em contradição, jamais estaremos em condição de saber se vivemos uma vida patética. Podemos ao menos contemplar esta possibilidade, o que já é suficiente para nos causar certa perturbação. Ou seja, o fato de ser impossível saber que estamos na situação de sermos incapazes de alcançar qualquer verdade não nos traz qualquer conforto uma vez que a mera possibilidade de que estejamos nesta situação mina a pretensão do conhecimento de que não estamos nesta situação. Alguém pode dizer: "fácil, basta encontrarmos alguma verdade para eliminar esta possibilidade, assegurando, assim, o conhecimento de que não estamos nesta situação de absoluta ignorância". Muito justo. A dificuldade é que isto pode ser o c

[178] Fred Dretske na UFRGS

O Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRGS estará recebendo, nos próximos dias 11 e 12 de Novembro de 2010, o Prof. Fred Dretkse, da Duke University (Emeritus, Stanford University), um dos mais importantes e influentes filósofos de nossos dias, autor de contribuições fundamentais à epistemologia e à filosofia da mente Em sua estadia em Porto Alegre, o Prof. Dretske proferirá duas palestras: Quinta-feira, 11/11/2010, às 15:30h, no Pantheon do IFCH: "What We See: The Texture of Conscious Experience" Sexta-feira, 12/11/2010, às 14h, no Pantheon do IFCH: "I Think I Think, Therefore I Am . . . I Think: Skeptical Doubts About Self Knowledge" Fonte: Departamento de Filosofia da UFRGS

[177] Thomas Nagel e o absurdo da vida

O ceticismo que, por um lado, nos recomenda a não levar qualquer projeto de vida com absoluta seriedade é o mesmo que faz descortinar diante dos nossos olhos o absurdo da vida. O passo atrás que Nagel diz sempre ser possível dar diante da vida que você tem e dos valores aos quais adere é o passo que nos faz ver o caráter contingente e arbitrário das nossas vidas; e depois deste passo, deste movimento, fica ecoando em nossas mentes a pergunta: "por que levar a sério essa vida tão arbitrária e mesmo cômica?". Cômica sim, pois se arbitrária, nada mais cômico que levá-la a sério. E, contudo, voltamos, sem o auxílio de qualquer razão, às nossas vidas ordinárias, aos projetos que julgamos valiosos. Quanto a isso, não temos escolha. Simplesmente voltamos. Em nosso seio habita tanto a razão duvidosa que nos leva ao passo atrás rumo ao absurdo da vida, quanto a emoção crente que nos leva ao passo à frente de volta à vida. Mas este movimento de ir e vir não é sem efeito, ele deixa as s