Ontem tive uma excelente discussão com o Everton Garcia da Costa (UFRGS) e André Dirceu Gerardi (FGV-SP), a convite do NUPERGS, sobre Desafios e Limitações do ChatGPT nas ciências humanas . Agradeço a ambos pela aprendizagem propiciada. Gostaria de fazer duas considerações que não enfatizei o bastante ou esqueci mesmo de fazer. Insisti várias vezes que o ChatGPT é um papagaio estocástico (a expressão não é minha, mas de Emily Bender , professora de linguística computacional) ou um gerador de bobagens. Como expliquei, isso se deve ao fato de que o ChatGPT opera com um modelo amplo de linguagem estatístico. Esse modelo é obtido pelo treinamento em um corpus amplo de textos em que a máquina procurará relações estatísticas entre palavras, expressões ou sentenças. Por exemplo, qual a chance de “inflação” vir acompanhada de “juros” numa mesma sentença? Esse é o tipo de relação que será “codificada” no modelo de linguagem. Quanto maior o corpus, maiores as chances de que esse modelo será
A excelência exige dedicação e esforço. Ninguém se torna perito em algo sem prática contínua e preferencialmente assistida por anos a fio. Certamente merece mérito quem adquire uma habilidade louvável. Sim, o tipo de habilidade importa. Não sei se estaria disposto a conferir mérito a alguém que se tornou um hábil torturador depois de anos praticando a tortura e aperfeiçoando as suas técnicas. Certamente merece mérito quem supera uma condição desabilitadora, como o recém cego que se dedica a refinar a sua audição e passa a se locomover com base nela. O mesmo claro se aplica à pessoa que supera a sua condição de pobreza ao "vencer na vida". Ao mesmo tempo, o discurso sobre mérito tem uma coloração muito individualista, embora não precise e não deva ser lido assim. Normalmente vemos o mérito como uma conquista completamente pessoal. Contudo, isso é um grande equívoco. Todo o entorno colabora e é fundamental para qualquer aprendizagem e conquista. Que diferença faz para uma cria