Reinventar a roda pode não ser muito construtivo e interessante no mundo empírico, pois isso implica em desperdiçar recursos materiais e humanos. Mas no mundo das idéias faz todo o sentido. Em primeiro lugar, porque uma idéia sempre vem em um invólucro. Raramente você vai reinventar a mesma idéia usando o mesmo invólucro. Invólucros são pessoais, ainda que objetivos e inteligíveis. No entanto, algumas pessoas assimilam melhor algumas idéias com certos invólucros do que com outros. Logo, quanto mais invólucros uma idéia tiver, tanto mais acessível ela será. Em segundo lugar, porque reinventar a idéia dá àquele que a reinventa uma domínio maior sobre a "tecnologia" da idéia do que aquele que simplesmente lê a idéia em algum lugar. Quem lê recebe a idéia passivamente. Quem pensa a recebe ativamente. É a diferença entre achar que sabe andar de bicicleta por observar alguém andando e realmente saber andar por ter andado. É preciso viver uma idéia para poder perceber bem todos os seus desdobramentos e entender a sua importância. Raramente se obtém isso lendo. Na verdade, ler demais embrutece e atrofia o pensamento, pois você se acostuma a pensar pelos outros ao invés de pensar por si. Cite menos e pense mais.
Irracionalismo é a tese de que os nossos julgamentos são arbitrários. O irracionalismo pode aplicar-se apenas a um setor do conhecimento humano. Por exemplo, podemos ser irracionalistas morais. Assim, julgamentos morais sobre como agir, o que fazer, o que é certo e errado são arbitrários, não temos uma razão para eles, eles não se fundam em nada que possa legitimá-los diante dos outros. Podem ser fomentados por nossas emoções ou desejos, mas nada disso tira a sua arbitrariedade diante da razão. Chegaríamos ao irracionalismo moral se tivéssemos razões para pensar que não há nada na razão que pudesse amparar julgamentos morais. Isto é, dado um dilema moral do tipo "devo fazer X ou ~X", não há ao que apelar racionalmente para decidir a questão. Donde se seque que, qualquer decisão que você tomar, seja a favor de X, seja de ~X, será arbitrária. Como poderia a razão ser tão indiferente à moralidade? Primeiro vejamos o que conferiria autoridade racional a um julgamento moral, pois ...
Comentários
... soa meio hilário, não te parece?
... desculpe a repetição da palavra "cérebro", é que não achei que seria adequado ir usando termos como "pensamento" & outras derivações.
beijo beijo
* se quiser pode excluir esse comentário do teu blog.
& você toca num ponto que é a "quintessência", a "simbiose" muito provavelmente é a responsável pelo fato de se sentirem tão "ofendidos" com críticas ao cérebro_morto pilhado até as últimas conseqüências; mas que situação hilária, deve ser o preço que eles têm que pagar porque como disse Pessoa, "os deuses vendem quando dão"...quando lembro de algumas coisas eu fico naquele estado de "mas é inacreditável" que seja um curso de filosofia, não pode ser, não era para todo mundo aqui ser ético, pensante, usar argumentos justos? e por aí vai, mas não, é o contrário, como é que pode? Tem uma amiga do RS que diz assim: se eles que conhecem ética em várias línguas são assim o que a gente pode esperar de quem nem sabe o que significa ética no nosso aurélio? Pois então, acho que essa questão do uso de cérebros_mortos_meu_próprio_cérebrotem uma relação direta com a ética e a ética da "simbiose" descrita por você torna-se, é claro, esquizóide.
beijo grande em teu coração, Eros.