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Mostrando postagens de julho, 2006

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Boa piada Filosófica , sobre como refutar a existência de uma cadeira. Se você não pode simplesmente negar que algo existe, então a melhor estratégia para negar que algo existe é simplesmente ignorar que este algo existe. Assim o ônus da prova é do seu oponente. Ele é quem tem de provar que esse algo existe.

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O que significa dizer 'eu creio na razão'? Por analogia à frase 'eu creio eu Deus', quer dizer que a pessoa que a enuncia acredita na existência da razão. Neste caso, supõe-se que a razão seja alguma coisa. Mas não me parece que seja isso que se tenha em mente ao enunciar 'eu creio na razão'. Este enunciado seria melhor parafraseado por 'eu confio na razão', ou, para detalhar um pouco mais, 'eu confio na razão como meio para solucionar problemas'. Aqui a razão é mais um meio, um processo e menos um objeto, o que nos gera de imediato dois tipos de problema: i) que tipo de processo a razão encerra e ii) como podemos saber que a razão é um processo confiável para solucionar problemas? Ambas as perguntas podem ser respondidas de várias maneiras e a segunda só pode ser enfrentada se pressupormos uma resposta para a primeira. Uma solução comum para a primeira é identificar o referido processo com o processo de raciocinar, de inferir, e dizer que ele é

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Se eu sugerisse que entre a Terra e Marte há uma bule chinês girando em torno do sol em uma órbita elíptica, ninguém estaria apto a refutar a minha afirmação desde que eu fosse cuidadoso o bastante e acrescentasse que o bule é muito pequeno para ser revelado pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se eu seguisse adiante e disesse que, visto que a minha afirmação não pode ser refutada, duvidar dela seria uma presunção intolerável por parte da razão humana, então dever-se-ia naturalmente pensar de mim que falo um contra-senso. Se, no entanto, a existência desse bule fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada a cada domingo, e implantada na mente das crianças na escola, então a hesitação em acreditar na sua existência seria uma marca de excentricidade e legitimaria chamar, sobre o incrédulo, a atenção do psiquiatra em uma era iluminada e a do Inquisitor em um tempo passado. (Russell). Wittgenstein também trata, em Da Certeza , de asserções que são indubitáveis.