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Mostrando postagens de abril, 2010

[169] Filosofia deve ser levada a sério também

O problema do estudante de filosofia não levar a própria filosofia a sério, isto é, de aquiescer exclusivamente ao desfrute lúdico da exegese dos textos filosóficos ao invés de questionar pela correção e verdade dos mesmos, é que ele se priva de extrair uma lição ética importantíssima que a experiência cética nos proporciona ao seremos expostos à história da filosofia: que devemos, em princípio, estar sempre abertos às razões alheias, já que a verdade pode não estar em nossas mãos. Esta é uma lição que, eu penso, deveríamos fomentar não só nos alunos de filosofia, mas em qualquer pessoa. Além de trazer à tona o respeito mútuo, ela representa o primeiro passo em direção à difícil tarefa de compreender o mundo e a nós mesmos.

[168] O que fulano disse é verdadeiro?

(A) O que fulano disse é verdadeiro? Apesar da aparente simplicidade da questão, ela esconde certa complexidade. A pergunta, na verdade, se desdobra em duas: (1) O que fulano disse? e (2) Aquilo que fulano disse é verdadeiro? Assim, há várias maneiras de erramos ao responder a questão. Suponhamos que fulano tenha dito "bla bla bla". Podemos errar ao responder a questão (A) se dissermos "não", quando, na verdade, "bla bla bla" é verdadeiro ou "sim", quando falsa. Mas também podemos errar ao responder a questão se identificarmos erroneamente o que fulano disse, a despeito de darmos a resposta correta para o que ele realmente disse. Assim, se identificarmos o que fulano disse como "blu blu blu" e respondermos "sim" à questão (A), mesmo que "bla bla bla" seja verdadeira, teremos falhado em responder a questão. Quando lemos um texto, para cada afirmação lida, podemos fazer a pergunta (A). Porém, como (A) se desdobra em du