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Mostrando postagens de novembro, 2005

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Pessoas criadoras geralmente não são caridosas. Gandhi talvez seja uma exceção. Os outros são um bando de excentricos: Nietzschie, Kant, Wittgenstein e dezenas de cientistas que realmente produziram algo de notável não exerceram, por outro lado, humanidade ao se doar. Pode-se dizer que se doaram às idéias, à criação. Doaram-se ao ser humano ideal, ao projeto de um mundo melhor. Mas não se doaram ao outro. A questão ética que me coloco é se não seria melhor, não para um projeto de mundo, mas para o mundo real, sentido, verdadeiro, ali presente para os sentidos, se aprendêssemos a nos doar um pouco mais aos outros. Começa em casa, distribuindo atenção aos pais, irmãos e filhos, escolhendo estar mais com eles e escutá-los ao invés de estar sempre com o "projeto" de um mundo melhor ou qualquer qualificação grandiosa que se queira dar para as criações ideais. Este mundo provavelmente seria menos próspero, mas eu começo a pensar que ele seria muito mais humano. E desespero em me ve

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A tese não-conceitualisa forte afirma que alguns conteúdos perceptivos não podem ser captados por conceitos e a tese não-conceitualista fraca afirma que, em alguns casos ao menos, não é necessário ter o conceito F para se ter a experiência de um F. O Conceitualista forte defende que sempre se deve ter o conceito F para se ter a experiência de um F. Já o fraco afirma que não há um conteúdo perceptivo que não possa ser captado por meio de conceitos. Tenho a impressão que alguns conceitualistas inferem o conceitualismo forte do fraco. Isto é, eles acham que se mostrar que qualquer conteúdo perceptivo pode ser captado por conceitos, então este conteúdo é essencialmente conceitual. Mas isto é claramente falso, a não ser que se defina "conceitual" como qualquer coisa que possa vir a ser captado por meio de conceitos. Parece-me perfeitamente razoável que o conteúdo perceptivo possa estar representado por meio de uma outra estrutura, não-conceitual, sem que isso impeça que ele seja

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O conteúdo x sofre influência doxástica se e somente se x é determinado em funçao de crenças. O conteúdo x sofre influência doxástica se e somente se a determinação de x é o resultado de algum processo mental que tem crenças como entrada e o conteúdo x como saída. A segunda opção parece mais interessante.

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Fiquei pensando em algum sentido para a frase “o mundo é consistente” e não achei um enquanto não traduzi essa frase para uma outra em que o predicado “consistente” fosse usado explicitamente na sua forma relacional. Vejamos alguns desdobramentos. a) existe pelo menos um x e um y tal que x é consistente com y (vou desconsiderar aqui a tese mais trivial de que x é consistente consigo mesmo). Predicado “consistente” aplicado a entidades linguisticas: b) x é consistente com y se e somente se x não implica ~y e y não implica ~x. Por analogia, podemos formular o predicado “consistente” aplicado à entidades físicas, notadamente, fatos: c) o fato f é consistente com o fato g se e somente se a ocorrencia de f não impossibilita fisicamente a ocorrencia de g e a ocorrencia de g nao impossibilita fisicamente a ocorrencia de f. Vamos agora à tese de que há inconsistência no mundo (perceba que não estou dizendo que o mundo é inconsistente, mas sim que ele comporta algumas inconsistências): (I) Pro