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Mostrando postagens de novembro, 2009

[158] Paradoxo do Prefácio, justificação e dedução

Resta ainda alguma dúvida de que a dedução não transmite justificação, em especial se aceitamos que a justificação é falível? O paradoxo do Prefácio (introduzido por Makinson ) ilustra este ponto muito bem. Sabe-se que um autor tem fortes razões para pensar que cada uma das sentenças escritas no seu livro está justificada. Para reforçar esta ideia , podemos supor que ele revisou cada uma de suas afirmações e ainda submeteu o rascunho final ao apreço de seus amigos críticos. Ainda assim, por uma razoável cautela, ele escreve no prefácio que algum erro pode lhe ter escapado e que a responsabilidade pela falha é toda dele. Ora, tal autor mantém crenças inconsistentes se supomos que o mecanismo inferencial subjacente ao seu raciocínio é dedutivo. Como ele acredita que cada uma das sentenças do seu livro está justificada, ele crê justificadamente em: (1) S1, S2, S3... Sn Porém, quando ele afirma que muito provavelmente o seu livro contém algum erro, ele está assentido justificadamente a: (

[157] Ética da e na discussão

Cada vez mais me interesso pela ética da e na discussão. Cada vez menos a vejo presente nas discussões, o que diminui o meu apetite pelas mesmas. Comecemos com algo bem simples. A e B discutem. A diz algo que, para B, parece ser absurdamente falso, no sentido de que ele nao consegue vislumbrar nenhuma razão para se sustentar o que disse A. Digamos que B interpreta o que A disse como P. Numa discussão minimamente respeitosa, este já seria um motivo para B pensar que ele não entendeu A corretamente e, assim, deveria tentar averiguar com A se o que ele disse foi exatamente P. B, no entanto, ignora o princípio do benefício da dúvida e segue adiante na discussão. Volta-se para A, e afirma: - Isto que você disse, P, é simplesmente ininteligível! Ininteligibilidade não se aplica obviamente apenas a sentenças sem sentido, porém gramaticalmente corretas, ou a sentenças gramaticalmente incorretas; ela se aplica também a sentenças absurdamente falsas. Na verdade, neste último caso, não estamos ap