Nós podemos, se quisermos, aumentar as nossas dúvidas, os nossos padrões epistêmicos, ao ponto de nos fazer parecer impossível decidir uma questão de grande importância. Podemos fazer, mas por que o faríamos? Uns dirão: "porque a questão é de grande importância e não quero correr riscos, quero me isentar de qualquer responsabilidade de fazer mal a alguém". Outros dirão: "justamente porque a questão é de grande importância e afetará muitos, não posso me isentar, quero fazer o bem aos envolvidos, correrei os riscos". Parece-me que ambos estão certos, segundo diferentes razões. Há uma diferença importante: o primeiro está mais preocupado em não fazer mal aos outros; o segundo, ao contrário, está mais preocupado em fazer bem aos outros. Nenhum me parece ser moralmente melhor que o outro. Ambos se mostram igualmente preocupados com os outros. É a mesma preocupação traduzida em diferentes atitudes, uma negativa, não fazer mal, e outra positiva, fazer o bem. É preciso, no...