Quando acaba a esperança, nos transformamos em bestas. Nesta condição, o ser humano deixa de planejar, o futuro não mais lhe interessa. Suas decisões passam a se basear apenas nos desejos imediatos. Sua racionalidade estratégia permanece, mas ela só é empregada para a obtenção de fins de curto prazo. Não ter esperança implica que cada instante seja percebido como a totalidade do tempo. O sujeito se fragmenta. Vira besta, amoral do seu ponto de vista, imoral, do nosso.
A distinção entre contexto de descoberta e contexto de justificação é normalmente apresentada como marcando a diferença entre, por um lado, os processos de pensamento, teste e experimentação que de fato ocorreram em um laboratório ou em um ambiente de pesquisa e que levaram ou contribuíram para alguma descoberta científica e, de outro, os processos de justificação e validação dessa descoberta. Haveria, portanto, uma clara diferença entre descrever como cientistas chegaram a fazer certas alegações científicas, o que seria uma tarefa para as ciências empíricas, como a sociologia, a psicologia e a antropologia da ciência, e justificar essas alegações, o que seria uma tarefa para a epistemologia, uma disciplina normativa e não-empírica. Essa distinção é corriqueira em debates acerca do escopo da filosofia da ciência e teria sido explicitada inicialmente por Reichenbach. Contudo, quando examinamos a maneira como ele circunscreveu as tarefas da epistemologia, notamos que alguns elemento...
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