Breve consideração sobre as críticas literárias. É importante ficar claro que há pelo menos duas maneiras de tecer um comentário sobre um texto. Uma é a expressão direta do modo como o texto o afeta. Quando apelamos para este tipo de comentário, estamos focando a reação subjetiva diante de um texto. Frases como "gostei!", "achei emocionante", "lindo!" ou mesmo um "genial!", quando não vem acompanhado de uma justificativa que sustente a genialidade, servem para este propósito. Repare, no entanto, que embora esses comentários sejam a expressão de uma reação subjetiva, eles têm um valor objetivo considerável. Há uma grande diferença entre alguém que você considera um tonto dizer que gostou de um determinado texto seu e uma outra pessoa que você considera intelectualmente dizer a mesma coisa. Apesar das reações serem subjetivas, elas são o reflexo da formação e educação que as pessoas tiveram e, por isso, servem, em certa medida, como indicadores objetivos da qualidade do texto. Evidente que você, enquanto autor, só vai poder usufruir desse tipo de comentário se
conhece a pessoa que o emitiu.
A outra forma mais geral de comentar um texto é focar o próprio texto, visando seus elementos gramaticais, estilísticos, estéticos ou ainda o seu sentido/interpretação. Posso, por exemplo, pegar uma oração de um texto, redescrevê-la, sem alterar o seu sentido principal, e tentar argumentar que a nova versão é mais elegante. Ou, dada uma interpretação do texto, devidamente justificada, posso argumentar que várias passagens do texto são desnecessárias ou supérfulas para a consolidação e expressão do sentido captado nessa interpretação e que, assim, o autor teria feito melhor cortando essas passagens. Essas críticas são perfeitamente legítimas, mas não podemos perder de vista o que elas realmente valem. Nenhum texto tem uma só interpretação, ele não é fechado, mas aberto. E da mesma maneira como alguém pode ter uma interpretação que torne desnecessárias certas passagens do texto, uma outra pessoa pode ter uma interpretação segundo a qual essas mesmas passagens são essenciais. Que cada um use o seu engenho para tentar mostrar que sua interpretação é mais convincente.
conhece a pessoa que o emitiu.
A outra forma mais geral de comentar um texto é focar o próprio texto, visando seus elementos gramaticais, estilísticos, estéticos ou ainda o seu sentido/interpretação. Posso, por exemplo, pegar uma oração de um texto, redescrevê-la, sem alterar o seu sentido principal, e tentar argumentar que a nova versão é mais elegante. Ou, dada uma interpretação do texto, devidamente justificada, posso argumentar que várias passagens do texto são desnecessárias ou supérfulas para a consolidação e expressão do sentido captado nessa interpretação e que, assim, o autor teria feito melhor cortando essas passagens. Essas críticas são perfeitamente legítimas, mas não podemos perder de vista o que elas realmente valem. Nenhum texto tem uma só interpretação, ele não é fechado, mas aberto. E da mesma maneira como alguém pode ter uma interpretação que torne desnecessárias certas passagens do texto, uma outra pessoa pode ter uma interpretação segundo a qual essas mesmas passagens são essenciais. Que cada um use o seu engenho para tentar mostrar que sua interpretação é mais convincente.
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