Os dez problemas da consciência, compilados por Michael Tye.
1) O problema da posse. Se dores e sensações são físicas, por que eu não posso ter a sua dor, assim como posso ter o seu carro? E por que dores e sensações não podem deixar de ter um possuidor, tal como uma casa abandonada? O que há de peculiar na experiência que faz com que ela tenha necessariamente uma perspectiva, um sujeito que a possua?
2) O problema da perspectiva subjetiva. Por que para compreender completamente como é o vermelho é preciso ter uma experiência do tipo vermelho? Não podemos saber como é ser um morcego?
3) O problema do mecanismo. Qual é o mecanismo biológico ou fisiológico responsável pela experiência do vermelho parecer de uma forma e não de outra? A questão não é saber qual mecanismo causa a experiência do vermelho. Mas sim qual mecanismo explica porque o vermelho aparece como vermelho e não como o verde, por exemplo.
4) O problema da causalidade. Se há uma explicação objetiva e física para todos os nossos comportamentos, então qual diferença faz, para o que fazemos, o modo como sentimos a nossa experiência? Qual o papel causal da experiência subjetiva?
5) O problema da visão-cega. Existem indivíduos que, por lesões cerebrais, deixam de ter a experiência de certas porções do seu campo visual, mas continuam a ser capazes de, quando interpelados, reconhecer objetos que estão nesta parte do campo visual. Suponha que estes indivíduos, depois de um treinamento, passem a formar crenças sobre os objetos dos quais eles não têm consciência, mas estão em seu campo visual. Neste caso, qual a diferença entre esses indivíduos e pessoas normais que têm a experiência consciente?
6) O problema dos duplicados. É possível haver zumbies, uma pessoa fisicamente idêntica a você, com as mesmas respostas comportamentais, mas sem sensações ou experiência consciente? A pergunta não é se é possível fisicamente, mas se é possível metafisicamente (torna-se duvidoso se isso já faz sentido).
7) O problema do espectro invertido. Pode duas pessoas funcionalmente idênticas ter experiências subjetivas diferentes? Pode haver uma pessoa que, no lugar de vermelho, sempre vê verde e vice-versa? Em caso afirmativo, o que concluiríamos com respeito a consciência fenomênica?
8) O problema da transparência. Se você tentar focar a atenção introspectivamente na sua experiência, para apreender alguma de suas características, você irá se frustrar, não há como se esquivar daquilo de que a experiência é de. Não há como me esquivar do cubo visto quando me volto para a experiência do cubo. Neste sentido, a experiência é completamente transparente. O que pode explicar este fenômento? Por que não temos acesso ao veículo da sensação?
9) O problema da localização da sensação e do vocabulário fenomênico. Quando espetamos o dedo com uma agulha, sentimos uma dor no dedo. Mas, literalmente, a dor não está no dedo. Isso significa que somos iludidos pela nossa experiência, que ela representa erroneamente o lugar da sensação? Como devemos interpretar o vocabulário fenomenológico? Qual o sentido de "no" na expressão "sinto dor na ponta do dedo"?
10) O problema da perna estranha. Oliver Sacks conta a história de um paciente que acordou um dia com a sensação de que a sua perna não lhe pertencia. Ele a sentia gelada, não era a perna dele e ficou mesmo surpreso quando argumentaram que se tratava da sua própria perna. Quando sentimos dor, parece que sempre uma parte do corpo está envolvida na sensação. Como isso se dá?
1) O problema da posse. Se dores e sensações são físicas, por que eu não posso ter a sua dor, assim como posso ter o seu carro? E por que dores e sensações não podem deixar de ter um possuidor, tal como uma casa abandonada? O que há de peculiar na experiência que faz com que ela tenha necessariamente uma perspectiva, um sujeito que a possua?
2) O problema da perspectiva subjetiva. Por que para compreender completamente como é o vermelho é preciso ter uma experiência do tipo vermelho? Não podemos saber como é ser um morcego?
3) O problema do mecanismo. Qual é o mecanismo biológico ou fisiológico responsável pela experiência do vermelho parecer de uma forma e não de outra? A questão não é saber qual mecanismo causa a experiência do vermelho. Mas sim qual mecanismo explica porque o vermelho aparece como vermelho e não como o verde, por exemplo.
4) O problema da causalidade. Se há uma explicação objetiva e física para todos os nossos comportamentos, então qual diferença faz, para o que fazemos, o modo como sentimos a nossa experiência? Qual o papel causal da experiência subjetiva?
5) O problema da visão-cega. Existem indivíduos que, por lesões cerebrais, deixam de ter a experiência de certas porções do seu campo visual, mas continuam a ser capazes de, quando interpelados, reconhecer objetos que estão nesta parte do campo visual. Suponha que estes indivíduos, depois de um treinamento, passem a formar crenças sobre os objetos dos quais eles não têm consciência, mas estão em seu campo visual. Neste caso, qual a diferença entre esses indivíduos e pessoas normais que têm a experiência consciente?
6) O problema dos duplicados. É possível haver zumbies, uma pessoa fisicamente idêntica a você, com as mesmas respostas comportamentais, mas sem sensações ou experiência consciente? A pergunta não é se é possível fisicamente, mas se é possível metafisicamente (torna-se duvidoso se isso já faz sentido).
7) O problema do espectro invertido. Pode duas pessoas funcionalmente idênticas ter experiências subjetivas diferentes? Pode haver uma pessoa que, no lugar de vermelho, sempre vê verde e vice-versa? Em caso afirmativo, o que concluiríamos com respeito a consciência fenomênica?
8) O problema da transparência. Se você tentar focar a atenção introspectivamente na sua experiência, para apreender alguma de suas características, você irá se frustrar, não há como se esquivar daquilo de que a experiência é de. Não há como me esquivar do cubo visto quando me volto para a experiência do cubo. Neste sentido, a experiência é completamente transparente. O que pode explicar este fenômento? Por que não temos acesso ao veículo da sensação?
9) O problema da localização da sensação e do vocabulário fenomênico. Quando espetamos o dedo com uma agulha, sentimos uma dor no dedo. Mas, literalmente, a dor não está no dedo. Isso significa que somos iludidos pela nossa experiência, que ela representa erroneamente o lugar da sensação? Como devemos interpretar o vocabulário fenomenológico? Qual o sentido de "no" na expressão "sinto dor na ponta do dedo"?
10) O problema da perna estranha. Oliver Sacks conta a história de um paciente que acordou um dia com a sensação de que a sua perna não lhe pertencia. Ele a sentia gelada, não era a perna dele e ficou mesmo surpreso quando argumentaram que se tratava da sua própria perna. Quando sentimos dor, parece que sempre uma parte do corpo está envolvida na sensação. Como isso se dá?
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