O arrogante convence, pois consegue transmitir a sua convicção pessoal. Seu brado ecoa nas mentes alheias como uma certeza inabalável. Imagino que nestas mentes a força da locução é confundida com a justificação. Nada mais distante da verdade! Estou, contudo, sendo injusto, nem todo arrogante convence pela arrogância. Muitos, de fato, sabem e são capazes de transmitir razões junto com as suas convicções. Palmas para eles. Outros, no entanto, confiam na sua força locutora e se arrogam o direito de convencer apenas no grito. É assim! Não seja idiota! O xingamento melindra o interlocutor não-arrogante que, se não aceita de imediato a convicção do arrogante, também não a contesta. O não-arrogante teme parecer imbecil. Nisto, o arrogante tira vantagem, ele não teme errar, pois, na sua visão de si, ele não erra. Um interlocutor que se deixa melindrar pelo brado alheio e teme parecer imbecil é mesmo um imbecil.
O interlocutor ideal não se deixa levar pela percepção que a plateia tem do seu comportamento argumentativo, isto é, ele até pode mudar as suas estratégias em função desta percepção, mas ele não pode mudar a sua crença, não pode crer ou descrer por medo. Para o intelocutor ideal, só interessa a verdade. Esse interlocutor praticamente ausente nas academias não perde tempo com arrogâncias fúteis, nem trava embates com arrogantes. Ele não quer convencer, nem ser convencido, ele só quer descobrir a verdade. Pouco importa se você sabe o que afirma, mas sim se aquilo que você afirma pode ser conhecido. Ele pede por razões acessíveis. Hegel disse isso e aquilo. Foda-se se Hegel disse isso e aquilo, o que não significa que eu duvide da competência de Hegel. O ponto é que se Hegel disse isso e aquilo, então ele deve ter tido boas razões para dizer isso e aquilo, são essas razões que eu demando. Hegel nem precisa aparecer nessa história, nessa contenda. Ele, a pessoa, é um acessório dispensável, um cosmético argumentativo, uma estratégia retórica de convencimento. Mais imbecil que o interlocutor que se convence pelo medo é aquele que acha que vai me convencer gritando arrogantemente.
O interlocutor ideal não se deixa levar pela percepção que a plateia tem do seu comportamento argumentativo, isto é, ele até pode mudar as suas estratégias em função desta percepção, mas ele não pode mudar a sua crença, não pode crer ou descrer por medo. Para o intelocutor ideal, só interessa a verdade. Esse interlocutor praticamente ausente nas academias não perde tempo com arrogâncias fúteis, nem trava embates com arrogantes. Ele não quer convencer, nem ser convencido, ele só quer descobrir a verdade. Pouco importa se você sabe o que afirma, mas sim se aquilo que você afirma pode ser conhecido. Ele pede por razões acessíveis. Hegel disse isso e aquilo. Foda-se se Hegel disse isso e aquilo, o que não significa que eu duvide da competência de Hegel. O ponto é que se Hegel disse isso e aquilo, então ele deve ter tido boas razões para dizer isso e aquilo, são essas razões que eu demando. Hegel nem precisa aparecer nessa história, nessa contenda. Ele, a pessoa, é um acessório dispensável, um cosmético argumentativo, uma estratégia retórica de convencimento. Mais imbecil que o interlocutor que se convence pelo medo é aquele que acha que vai me convencer gritando arrogantemente.
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