Um filme tem a capacidade de nos fazer imaginar e mesmo sentir, ainda que parcialmente, uma situação existencial possível. É por este motivo que filmes que condensam uma vida inteira, seja ela repleta de alegrias ou de tragédias, no espaço de uma ou duas horas são tão impactantes. Não fomos projetados para sentir tanto em tão pouco tempo. Mas sentimos e isso achochalha o nosso Eu.
Voltei ao assunto da ética da crença (veja aqui a minha contribuição anterior 194 ) para escrever um texto que possivelmente será publicado como um verbete em um compêndio de epistemologia. Nesta entrada, decidi enfatizar três maneiras pelas quais a discussão sobre normas para crer se relaciona com a ética, algo que nem sempre fica claro neste debate: (1) normas morais servem de analogia para pensar normas para a crença, ainda que os domínios normativos, o epistêmico e o moral, sejam distintos; (2) razões morais são os fundamentos últimos para adotar uma norma para crer e (3) razões morais podem incidir diretamente sobre a legitimidade de uma crença, a crença (o ato de crer) não seria assim um fenômeno puramente epistêmico. O item (3) representa sem dúvida a maneira mais forte pela qual, neste debate, epistemologia e ética se entrelaçam. Sobre ele, abordei sobretudo o trabalho da Rima Basu que, a meu ver, é uma das contribuições recentes mais interessantes e inovadoras ao debate da ét...
Comentários
Não sentir também achocalha o EU, tanto quanto sentir demais.
Mas fica a questão se só podemos atingir a plenitude do ser sentindo com a intensidade máxima. Sim, provavelmente. Mas por quanto tempo alguém pode suportar isso sem, paradoxalmente, se perder justamente quando se encontra?
Música: Everybody Hurts
(do R.E.M., lírica!)
Sugestão: luz de abajur, um cálice de licor de amêndoas, coloque no "repetir" e deite no chão ou num sofá macio & aí permaneça pelo tempo que conseguir "voar".
Sentiram alguma coisa?!
Ando numas de retorno às líricas,
Neil Young também é mágico para "sentir" o próprio sentir em meio a licores e meia_luz.
beijos,
sANdrA
mas o ideal é Absinto,
bem dosado...
para não tirar a percepção de espaço e tempo e outras mais.
Tens R.E.M aí, Eros? Então curtes líricas?
isso foi filosófico & filosófico & filosoficamente profundo; você:
"É tão fácil amar o que é fácil amar; é tão fácil fazer o que é fácil fazer; é tão fácil falar o que é fácil dizer; é tão fácil pensar o que é fácil pensar.
Mas o ser humano é um atravessador e transpositor das aparentes facilidades do lugar comum; somente se esquece, totalmente, disso."
Realmente isso leva a inúmeras outras reflexões e de-dentro de uma existência, então, vai ao infinito.
És-tu uma Filósofa & tanto! E não precisou da Academia para isso, eis uma prova de que mentes filosóficas não são "produzidas" dentro do sistema acadêmico.
Ser filósofo (a) acredito, ou está dentro de nós ou não está e se não está o modo-de-ser chega a ser em muitos uma lástima_existencial. Ah, mas não desejo retornar a essas críticas, só desejava, em analogia, dizer que fico mais que feliz por ver que sendo a filósofa que és, és por ti mesma.
abraço em alma,
sANdrA