Se, em uma discussão, você se vê obrigado a dizer para o seu interlocutor que ele não entende um determinado ponto, então isto é evidência de que provavelmente você mesmo não tem clareza sobre este ponto e, por isso, não conseguiu fazer com que o seu interlocutor o entendesse. Aplicar o benefício da dúvida tem a desvantagem de tornar a argumentação mais árdua, mas a vantagem correspondente é tornar o argumento mais forte.
Voltei ao assunto da ética da crença (veja aqui a minha contribuição anterior 194 ) para escrever um texto que possivelmente será publicado como um verbete em um compêndio de epistemologia. Nesta entrada, decidi enfatizar três maneiras pelas quais a discussão sobre normas para crer se relaciona com a ética, algo que nem sempre fica claro neste debate: (1) normas morais servem de analogia para pensar normas para a crença, ainda que os domínios normativos, o epistêmico e o moral, sejam distintos; (2) razões morais são os fundamentos últimos para adotar uma norma para crer e (3) razões morais podem incidir diretamente sobre a legitimidade de uma crença, a crença (o ato de crer) não seria assim um fenômeno puramente epistêmico. O item (3) representa sem dúvida a maneira mais forte pela qual, neste debate, epistemologia e ética se entrelaçam. Sobre ele, abordei sobretudo o trabalho da Rima Basu que, a meu ver, é uma das contribuições recentes mais interessantes e inovadoras ao debate da ét...
Comentários
... é que ando na Poesia e a Filosofia me soa a cada dia mais sem sentido. Ontem estava com os volumes de Rousseau em mãos, queria ver com mais propriedade porque Kant se encantou tanto com ele... tem algumas passagens belas, mas achei chato. O melhor está nas cartas dele a um Sr. chamado Philopolis, têm pérolas nas Cartas de Rousseau... já leste?
beijo
Não li essas cartas, mas ele tem alguns romances que parecem ser bons também. Emílio. Já tentou?
Vou tentar Emílio, já que a parte filosófica me deu tédio-filos.
obrigada pela lembrança da obra.
beijo