Terceiro critério de solidão: quando, em uma conversa, você não se sente motivado a responder o(s) seu(s) interlocutore(s), em especial se essa falta de motivação deriva do fato de você não ver sentido na conversa em curso. Essa falta de sentido, em um ambiente de conversa, lhe dá a consciência da sua estranheza e conseqüentemente a consciência da sua solidão. Quanto mais restritivo você for quanto ao que dá sentido a uma conversa, maiores as chances de vir a se sentir só. A regra de prudência aqui talvez fosse não esperar que uma conversa tenha algum sentido ou propósito.
A distinção entre contexto de descoberta e contexto de justificação é normalmente apresentada como marcando a diferença entre, por um lado, os processos de pensamento, teste e experimentação que de fato ocorreram em um laboratório ou em um ambiente de pesquisa e que levaram ou contribuíram para alguma descoberta científica e, de outro, os processos de justificação e validação dessa descoberta. Haveria, portanto, uma clara diferença entre descrever como cientistas chegaram a fazer certas alegações científicas, o que seria uma tarefa para as ciências empíricas, como a sociologia, a psicologia e a antropologia da ciência, e justificar essas alegações, o que seria uma tarefa para a epistemologia, uma disciplina normativa e não-empírica. Essa distinção é corriqueira em debates acerca do escopo da filosofia da ciência e teria sido explicitada inicialmente por Reichenbach. Contudo, quando examinamos a maneira como ele circunscreveu as tarefas da epistemologia, notamos que alguns elemento...
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