Se Ele sabe tudo o que há para ser sabido, então obviamente Ele pode fazer tudo o que é necessário para o que quer que possa ser sabido, o que, no entanto, não implica que ele tudo possa fazer, caso haja coisas que se possa fazer que não sejam necessitadas por algum saber. Não é evidente, assim, que onisciência implique onipotência. Porém, se saber for um tipo de fazer, então fica claro que a onipotência implica a onisciência. Humanamente falando, a perspectiva de imaginar alguém onisciente é desalentador. Se, por um lado, todo o desejo particular de saber é automaticamente satisfeito, por outro, o desejo de desejar saber será eternamente frustrado. Não é por outro motivo que, sob este aspecto, estamos bem longe de termos sido feitos a sua imagem e semelhança. Ele não deseja, ou, se deseja, o faz de uma maneira bem diversa da nossa, pulsiva. Digamos que ele não deseja senão motivado por razões. Como Ele tudo sabe, não há qualquer razão para ter o desejo de desejar saber. Assim, Ele não...