"Filosofia brasileira" não deveria ser confundida com "filosofia do Brasil", se, por esta expressão, entendemos filosofia feita sobre o Brasil, sobre questões culturais-existenciais brasileiras. É curioso, pois quando se fala em filosofia francesa ou inglesa, ninguém pensa automaticamente que se esteja referindo a filosofias sobre aspectos da cultura francesa ou inglesa. "Filosofia francesa" quer dizer apenas filosofia feita por franceses. "Filosofia brasileira" também deveria dizer algo semelhante, ou seja, filosofia feita por brasileiros. Que filosofia? Qualquer uma, não importa, desde que seja filosofia e não apenas um comentário sobre filosofia ou uma história da filosofia. Se alguém cita Flusser, Roberto Gomes e Bazzo como exemplos de filosofia brasileira, mas não cita Claudio Costa, Décio Krause e Newton da Costa e até resiste em fazê-lo, então essa pessoa claramente confunde "filosofia brasileira" com "filosofia do brasil" ou simplesmente toma ambas as expressões como sinônimas.
Irracionalismo é a tese de que os nossos julgamentos são arbitrários. O irracionalismo pode aplicar-se apenas a um setor do conhecimento humano. Por exemplo, podemos ser irracionalistas morais. Assim, julgamentos morais sobre como agir, o que fazer, o que é certo e errado são arbitrários, não temos uma razão para eles, eles não se fundam em nada que possa legitimá-los diante dos outros. Podem ser fomentados por nossas emoções ou desejos, mas nada disso tira a sua arbitrariedade diante da razão. Chegaríamos ao irracionalismo moral se tivéssemos razões para pensar que não há nada na razão que pudesse amparar julgamentos morais. Isto é, dado um dilema moral do tipo "devo fazer X ou ~X", não há ao que apelar racionalmente para decidir a questão. Donde se seque que, qualquer decisão que você tomar, seja a favor de X, seja de ~X, será arbitrária. Como poderia a razão ser tão indiferente à moralidade? Primeiro vejamos o que conferiria autoridade racional a um julgamento moral, pois ...
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