Queremos o certo para errar menos, mas é justamente por achar que temos o certo que erramos tanto e de um modo tão feio.
Irracionalismo é a tese de que os nossos julgamentos são arbitrários. O irracionalismo pode aplicar-se apenas a um setor do conhecimento humano. Por exemplo, podemos ser irracionalistas morais. Assim, julgamentos morais sobre como agir, o que fazer, o que é certo e errado são arbitrários, não temos uma razão para eles, eles não se fundam em nada que possa legitimá-los diante dos outros. Podem ser fomentados por nossas emoções ou desejos, mas nada disso tira a sua arbitrariedade diante da razão. Chegaríamos ao irracionalismo moral se tivéssemos razões para pensar que não há nada na razão que pudesse amparar julgamentos morais. Isto é, dado um dilema moral do tipo "devo fazer X ou ~X", não há ao que apelar racionalmente para decidir a questão. Donde se seque que, qualquer decisão que você tomar, seja a favor de X, seja de ~X, será arbitrária. Como poderia a razão ser tão indiferente à moralidade? Primeiro vejamos o que conferiria autoridade racional a um julgamento moral, pois ...
Comentários
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p.s.: A estaticidade que a verdade( o certo) nos transmite é cômoda. Admitir que ela - a verdade - não existe, é apavorante.(Pensamentos de um alienado)
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Felizmente, ando tão confusa.
Admitir que a verdade não existe, o que nos leva rapidamente a alguns paradoxos, é diferente de admitir que ela é bem difícil de se obter.
O que devemos querer, eu não sei. Mas certamente é bom que aprendamos a viver o melhor possível em meio às incertezas. O fato de não se ter certezas não implica que todas as incertezas estejam em pé de igualdade.
Talvez a incerteza(talvez a incerteza é ótimo!) e a constante possibilidade de atestá-la e transformá-la seja o nosso combustível, o que move as nossas vidas. Acredito muito nisto hoje.( até quando durará a minha crença?risos!permita-me a referência. >texto 133<)
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Gostaria de compreender melhor o que você quis dizer com o desnivelamento das incertezas. Não percebi claramente...
Obrigada pela atenção!
Quis dizer o seguinte: partindo do conhecimento que você herda, o que não significa que não possa questioná-lo pontualmente, você consegue separar as suas crenças entre mais e menos justificadas, entre mais e menos sensatas. O desnivelamento entre as incertezas não é fixo, é incerto, porém é quase-certo que o traçará cada vez mais com menos arbitrariedade, o que não implica que algum dia o fará de modo fixo. Que o incerto seja incerto não é tão ruim quanto parece.