A conclusão, discutida em [3] e [4] , de que as pessoas, em geral, não pensam logicamente é muito forçada. Ainda mais se "logicamente" é tomada na acepção de "ser racional". A racionalidade não se resume à capacidade de fazer inferências. Mais importante que o próprio ato de inferir é a realização de inferências adequadas à situação em que o indivíduo se encontra. Ou seja, não é suficiente, para um comportamento racional, que a inferência seja formalmente correta, é necessário também que ela seja relevante. Em alguns casos, a relevância pode ser um indício maior de racionalidade que a correção formal da inferência. A consideração da relevância nos permite perceber que raciocínios da forma Se A, então B B ---------------- Logo A. embora constituam falácias do ponto de vista formal, não devem ser encarados como encarnando um comportamento ilógico ou irracional, em situações cotidianas, contextualizadas. Como comentei em 3, a falácia acima pode ser razoavelmente explic...